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sábado, 27 de março de 2010

Nesse mundo que não quero viver

Esperei ver aonde a justiça ia dar, para poder me pronunciar quanto a este caso dos Nardonis.

Confesso que este caso, como os dos Richthofens, me deixaram em um estado surreal. Ainda não quero acreditar que de fato isto aconteceu, simplesmente não aceito. Em alguns momentos queria mesmo que fosse puro sensacionalismo da mídia e que as provas mostrassem a inocência do pai e madrasta, em júri.

Conceber uma história dessas com naturalidade, sem qualquer tipo de incomodo ou aversão, seria o mesmo que imaginar meus pais me matando, ou eu a eles. É inconcebível algo parecido rodear meus pensamentos. Vir de um lugar de puro amor e de onde se constrói toda personalidade, carinho, confiança, ver se desvanecer como num piscar de olhos; de fato estou revoltada!

Daí, vem tantas matérias e discussões do tipo: nas periferias isso acontece com “certa” frequência, "beleza" mas o que a sociedade esquece mesmo é de comparar a diferença social, da educação que nunca chegou, da fome, dos abusos, humilhações... não que atrocidades que acontecem diariamente em bairros menos favorecidos sejam toleráveis, mas são no mínimos explicáveis.

Porém advindo de uma família, teoricamente, estruturada, que recebeu educação escolar, ter boa condição de vida... sinceramente, não consigo, aceitar, entender...! Na verdade mesmo nem quero.

Acredito que a justiça terrena nunca será suficiente para apaziguar um acontecido deste, mas tenho absoluta certeza que a maior prisão de pessoas como estas é a mente, a lembrança, e essa sem dúvidas não perdoa.

A única coisa que lamento, em meio a todo esse embaraço, é os filhos do casal que hoje já sofrem as consequências de algo que não cometeram. Além de carregarem uma história, que amanhã só Ele sabe como surtirá nestes futuros adultos.

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