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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Cecília Meireles

"Pergunto-te onde se acha a minha vida.
Em que dia fui eu. Que hora existiu formadade
uma verdade minha bem possuída

Vão-se as minhas perguntas aos depósitos do nada.

E a quem é que pergunto? Em quem penso, iludida
por esperanças hereditárias? E de cada
pergunta minha vai nascendo a sombra imensa
que envolve a posição dos olhos de quem pensa.

Já não sei mais a diferença
de ti, de mim, da coisa perguntada,
do silêncio da coisa irrespondida"

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