Sabe aquele momento que tudo flui, mas de repente vem uma
vírgula?
Passei o dia ruminando sentimento,
engasgada, muitos desejos muitas vontades. Mas tenho uma paciência que nem cabe
em mim.
Diante de tanto anseio e tudo tão
encaixado, desordenado, num lugar só; a dança reverbera no corpo e grita o que
há mais honesto e verdadeiro, redundante, vem do fundo, bem no âmago. Finalmente uma
lágrima, finalmente um rio... arrepio!
Peito leve, aberto, desmascarado, exorcizado.
Apenas eu, e o todo, e o corpo, e a dança, e o mundo, e o descanso, e o...
O corpo dança. Mexe com todo
sentimento e movimenta por cada poro do corpo, grita reverbera, reage. Desde a
cabeça até o fim de cada dedo.
É na loucura do movimento que a
mente descansa, a mente apenas sente. Corre, pula, gira, GRITAAAAA... EU QUERO
MOVIMENTO, EU QUERO SENTIDO, EU QUERO VIVER.
E de tanto ‘por a mão no joelho e
dar uma abaixadinha’ sair da forma para entrar no eixo. Eixo único, próprio,
com nome, sobrenome e endereço. Releitura de uma música, de um refrão, de uma
mesma cadência. Por a mão no joelho e dar uma abaixadinha, por que não? de
tantas outras maneiras vulgares ou não, desde que seja por vontade não por convenção.
Chega de vergonha, de pudor e
FORMA, desenforme-se.
Tenho visto tantos absurdos que
canso só em pensar.
Tenho ouvido muita gente dizer: ‘é
difícil ser feliz.’ é? Acho difícil mesmo é se encontrar, se descobrir; se
importar; aprender a se impor ao mundo a dizer não, a escutar, a respeitar – a começar
consigo; a ter clareza; a se espiritualizar; a se deixar amar e ser amado; a
não ter amarras; aprender com as bagagens...
Tenho sentido necessidade de ser
mais eu; de falar o que quero; de dançar como sei; de cantar alto, mesmo que
desafinado; de dividir tudo que aprendi e acredito ser valioso; de abraçar;
amar mais, bem mais e sempre; de aprender; de ler; de rir; de viajar; de
acreditar; produzir; de por os pés na areia, de torrar na praia, de tomar banho
de mar, de tomar caldinho, cerveja gelada e dominó...
Tenho feito muitos amigos; silêncio;
planos; procurado; me exercitado; dançado; escrevido; observado; abraçado; dito
que amo, que sinto falta, que quero junto; sonhado; tenho rido, muito e alto;
ouvido; errado; acertado; aprendido,
muito e todo dia; me cuidado...
E tenho sido muito feliz e grata
com o rumo que tenho seguido. Tenho tido orgulho de quem me tornei, com quem me
relaciono, das conquistas dos amigos, da minha família...
Mais uma vez começo com um objetivo e termino sem saber o porque escrevi isso, mas já que veio que assim seja!
Passei bom tempo infeliz com a vida acadêmica de Direito, depois de altos e baixos decidi trancar. Daí meu pai, cuidadoso como sempre, soube do curso de Rádio e Tv no Senac. Viva! a oportunidade bateu a porta e eu deixei ela entrar...
Em quase dois anos de curso coloquei a criatividade em prática; acordava de madrugada - 6h, quem me conhece sabe o quão noturna sou, e venhamos 6h da manhã não é de Deus... hahahaha... -; chegava atrasada em algumas muitas vezes; como em todo curso, tive dias de desestímulos; aprendi, aprendi, aprendi muuuuiiitoooo ... Mas no todo posso dizer que fui feliz! Consegui o que mais queria, mudar e seguir! O norte chegou.
Nesse tempo também fiz lindos amigos, dei boas risadas, enchi o saco de alguns, fui enchida por outros, mas o que ficou mesmo foi o que construímos. Trabalhos, risadas, desenvoltura, amadurecimento, aprendizado, respeito, paciência, estou falando de AMIZADE!
E para fechar: o presente que me fez chorar... em um dia qualquer, fui marcada em uma publicação da friend Alana, carinhosamente chamada de Vilana, esse vídeo lindo que reencontrei futucando no meu facebook. A banda é massa, a melodia muito legal e me vejo quase que diariamente na letra dessa música.
Quero crescer; tenho medo, mas procuro enfrentá-los; desejo amor aos dessabores; quero um muro muito concreto de amigos; tenho sede de vida... bom, nem sei mais a finalidade desse post, mas já que ele veio que seja bem-vindo! Aproveito para agradecer a todos que fizeram parte dessa jornada e a oportunidade de conviver com vocês... (em especial: Fernandinho, Alana, Amélia, Thaiana, Karol, Dudu e Beto).
‘Eu recebo-te como minha filha, a
ti, e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na
saúde e na doença, todos os dias da nossa vida...’
Votos matrimoniais, vão além do
homem e mulher, chegam até os descendentes. Há palavras que descrevam mais o
amor da família e sua constituição em si do que estas? Acho que não!
E é por isso que não encontrei
nada mais adequado para descrever o amor dela por mim e o meu por ela... Minha
mãe, que teve realmente uma infância difícil, constituiu a nossa família –
casou, gerou, amou, deu a luz, amou, amamentou, protegeu, educou, amou, chorou,
preocupa-se, cuida, e não se cansa de amar – e tem uma alegria, bom-humor
contagiante, impar, incomum. Recepciona, nutre e cuida de todos que a nossa
casa frequenta.
O que posso repetir, é que a amo
e que muito dela existe em mim.
Sei que sua presença ainda é
forte; sei da casa vazia; sei que sua voz, sua risada e os roncos dos seus sono
e cochilo ainda reverberam forte nos meus ouvidos.
Chegaram os seis meses...
Bem-vindo? Ainda não sei!
Sei da saudade, dessa posso falar
com propriedade. Ela é minha, presente diariamente, é a rosa seca num copo de
sal, é a folha em forma de números de um todo em pó, e o vento soprou.
Chegaram os seis meses...
Bem-vindo? Talvez!
Veio à calma e a certeza do
cerceamento de todo e qualquer mal que poderia existir. O Pai curou! O sossego
do encontro com os seus, voltar pra casa...
Chegaram os seis meses...
Bem-vindo? Talvez!
A certeza do cuidado e que tudo
que me foi presenteado está entranhado nos mais profundos sentimentos. Meu
eterno anjo!
Chegaram os seis meses...
Bem-vindo? Assim desejo!
Desejo que o tempo passe, que a
saudade continue cada dia mais branda, que as lembranças e as histórias estejam
sempre presentes nos almoços de domingo, e que tua força seja cada dia a minha.
Obrigada pelo 27 anos de presença
e 6 meses de saudade!
Te amo Pai...